Você já ouviu falar de atacarejo? Apesar desta palavra soar um tanto quanto estranha, é muito simples imaginar o significado com a junção das palavras atacado e varejo, uma tendência que parece que chegou para ficar.
Esta inovação surge em nosso país com força nos últimos dez anos, entretanto, na Alemanha no ano de 1964, esse tipo de loja apareceu por meio do conceito “cash and carry”, ideia impulsionada pelo professor Otto Beisheim e que uniu de forma estratégica aquilo que funcionava em ambos modelos de gestão.
A expressão “cash and carry” vinda do inglês, significa “pagar e levar”, ou seja, nesse tipo de loja o consumidor tem um ambiente simples, sem muita intermediação de vendedores, fazendo que encontre de forma objetiva aquilo que procura.
Surgiu nos Estados Unidos as primeiras lojas
Já nos anos 70, surgem nos Estados Unidos as primeiras lojas da rede Walmart, com a família Walton no comando dos negócios, e no Brasil, a história dos atacarejos começa com o Makro.
Por falar em Brasil, dados recentes apontam que somente no ano de 2018, 60% dos consumidores estiveram neste tipo de loja ao menos uma vez no ano e segundo a consultoria Nielsen, neste mesmo ano de 2018, o atacarejo cresceu 12,8%, enquanto o modelo de hipermercados caiu cerca de 6%.
O crescimento deste tipo de negócio no Brasil, se deve principalmente ao cenário conturbado na política e à incerteza econômica da população em relação às práticas adotadas pelo governo, fatores que certamente contribuíram para a disseminação e expansão deste modelo de negócios por aqui.
Você sabia que nos últimos anos, inclusive grandes lojistas vêm realizando aquisições importantes mirando nesta tendência?
No ano de 2007, o Walmart comprou a rede Maxxi e o Pão de Açúcar, outro gigante do varejo, adquiriu o Assaí, onde nos últimos cinco anos, investiu cerca de R$1,5 bilhão para ampliar a rede. Existem inclusive indicativos de que nos últimos 7 anos, o faturamento do Assaí cresceu 200%.
No mesmo ano de 2007, a rede Carrefour adquiriu o Atacadão, maior rede atacadista do Brasil, com 187 lojas de autosserviço e 28 Atacados de distribuição pelo valor de US$ 1,1 bilhão. Já no início de 2020, o Carrefour acabou omprando mais 30 lojas da rede Makro para acelerar a expansão do Atacadão.
E se ideia do atacarejo remete tanto lojistas, quanto os consumidores aos preços baixos típicos do atacado, onde está a diferença entre as formas de gestão?
Esta encontra-se principalmente nos serviços, os quais são semelhantes àqueles oferecidos pelo varejo, mas que possuem características marcantes de atacado, tais como:
· alto volume de vendas, compensado pelos preços baixos;
· pontos de distribuição e de venda no mesmo lugar.
E no formato de atacarejo a regra é clara: o consumidor final compra produtos diretamente do mesmo fornecedor do revendedor, sendo a diferença aplicada ao valor final dos produtos, existindo uma quantidade mínima para se alcançar o valor de atacado.
Atualmente, o formato de atacarejo continua sendo foco de negócio e expansão de grandes redes e a associação à parceiros chave é fundamental para o sucesso desta estratégia.
Deste modo, diante de tantas novidades no formato de lojas e modelos de gestão de negócio, é sempre válido lembrar que ter um time alinhado e engajado, independentemente da atuação de sua loja, é fundamental, além da principal lição que o atacarejo nos traz: primar por uma estrutura enxuta de custos, tanto de compras, quanto de espaço físico, assim como de pessoal!
Boas vendas!